quarta-feira, 1 de agosto de 2012

COMO ENCONTRAR A SIGMA OCTANTIS?

Esta estrela está presente na bandeira nacional, é denominada "Polarissima Australis", mas como proceder para encontrá-la no céu? As instruções a seguir mostram um dos caminhos a percorrer a fim de localizar a Sigma Octantis. O exercício é válido para a posição relativa do céu válida para o mês de agosto no hemisfério sul. O observador perceberá que, ao longo do caminho, é possível contemplar algumas jóias celestes. O exercício inicia com a observação a olho nu e depois usamos um modesto binóculo 7x50 (aumento de 7x e objetiva de 50 milímetros). Outros modelos de binóculos tais como o 7x35, 8x40 ou até mesmo o 10x50 terão resultados similares. Os círculos em branco possuem um campo de 7 graus de diâmetro, valor típico dos binóculos 7x50.

Então, a partir do Cruzeiro e da estrela alfa Centauri, localize a constelação do Triângulo Austral (TrA). A estrela alfa TrA já aparece no campo 1. Alfa TrA é uma estrela de cor alaranjada de magnitude 1,9 que se destaca bem na visão binocular. A partir desta estrela começamos nossa trilha usando o binóculo, deslocando o campo na diagonal à direita até encontrarmos um minúsculo triângulo centrado no campo 2.

Este minúsculo triângulo já pertence à outra constelação: Ave do Paraíso (Apus). Ele é formado pelas estrelas beta, delta e gama Apodis, todas de coloração avermelhada. Preste atenção à estrela delta Apodis: ela é uma bela dupla possuindo componentes de magnitudes 4,7 e 5,3 sendo facilmente discernidas pelo binóculo.

Mas seguimos nossa trilha binocular, desta vez deslocando o campo à direita, ligeiramente inclinado para baixo para ingressarmos no campo 3. Neste campo encontramos a outra parte da constelação da Ave do Paraíso, desta vez com a estrela mais brilhante, alfa Apodis, com magnitude 3,8. Esta estrela se destacará no campo 3 com sua coloração avermelhada. Já na parte inferior encontraremos a segunda estrela mais brilhante neste campo 3 - trata-se de delta Octantis de magnitude 4,3 e, agora sim, ingressamos na constelação do Oitante. Antes de seguir adiante na trilha, preste atenção às estrelas Pi¹ e Pi² Octantis, localizadas na diagonal à esquerda. Porém elas são apenas duplas visuais e não formam uma binária propriamente dita.

A trilha segue deslocando o campo na diagonal à esquerda encerrando no campo 4.

Estacionando no campo 4 encontramos no limite da parte superior a estrela omega Octantis de 5,9 e seguindo na diagonal à esquerda encontramos uma estrela de magnitude 6,0 até alcançarmos a estrela chi Octantis (χ Oct, magnitude 5,3). A partir de chi Octantis, encontramos a Polarissima Australis (Sigma Octantis) que, no mapa, está indicada com as linhas de alvo. O brilho da Polaríssima é ligeiramente mais fraco do que a de chi Octantis, possuindo uma diferença de apenas 0,3 magnitudes. Mesmo assim, pelo binóculo é possível discernir esta diferença. Para não confundir a Polaríssima com Chi Octantis é simples: a Polaríssima tem uma "companheira" de magnitude 6,5 localizada a 30 minutos de arco.

Alexandre Amorim (NEOA-JBS)




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