Esta estrela está presente na bandeira nacional,
é denominada "Polarissima Australis",
mas como proceder para encontrá-la no céu? As instruções a seguir mostram um
dos caminhos a percorrer a fim de localizar a Sigma Octantis. O exercício é válido para a posição relativa do céu
válida para o mês de agosto no hemisfério sul. O observador perceberá que, ao
longo do caminho, é possível contemplar algumas jóias celestes. O exercício
inicia com a observação a olho nu e depois usamos um modesto binóculo 7x50
(aumento de 7x e objetiva de 50 milímetros). Outros modelos de binóculos tais
como o 7x35, 8x40 ou até mesmo o 10x50 terão resultados similares. Os círculos
em branco possuem um campo de 7 graus de diâmetro, valor típico dos binóculos
7x50.
Então,
a partir do Cruzeiro e da estrela alfa Centauri, localize a constelação
do Triângulo Austral (TrA). A
estrela alfa TrA já aparece no campo
1. Alfa TrA é uma estrela de cor
alaranjada de magnitude 1,9 que se destaca bem na visão binocular. A partir
desta estrela começamos nossa trilha usando o binóculo, deslocando o campo na
diagonal à direita até encontrarmos um minúsculo triângulo centrado no campo 2.
Este
minúsculo triângulo já pertence à outra constelação: Ave do Paraíso (Apus). Ele é formado pelas estrelas beta, delta e gama Apodis,
todas de coloração avermelhada. Preste atenção à estrela delta Apodis: ela é uma bela dupla possuindo componentes de
magnitudes 4,7 e 5,3 sendo facilmente discernidas pelo binóculo.
Mas
seguimos nossa trilha binocular, desta vez deslocando o campo à direita,
ligeiramente inclinado para baixo para ingressarmos no campo 3. Neste campo encontramos a outra parte da constelação da
Ave do Paraíso, desta vez com a estrela mais brilhante, alfa Apodis, com magnitude 3,8. Esta estrela se destacará no campo
3 com sua coloração avermelhada. Já na parte inferior encontraremos a segunda
estrela mais brilhante neste campo 3
- trata-se de delta Octantis de
magnitude 4,3 e, agora sim, ingressamos na constelação do Oitante. Antes de
seguir adiante na trilha, preste atenção às estrelas Pi¹ e Pi² Octantis,
localizadas na diagonal à esquerda. Porém elas são apenas duplas visuais e não
formam uma binária propriamente dita.
A trilha segue deslocando o campo na diagonal à
esquerda encerrando no campo 4.
Estacionando no campo 4 encontramos no limite da parte superior a estrela omega Octantis de 5,9 e seguindo na
diagonal à esquerda encontramos uma estrela de magnitude 6,0 até alcançarmos a
estrela chi Octantis (χ
Oct, magnitude 5,3). A partir de chi
Octantis, encontramos a Polarissima
Australis (Sigma Octantis) que,
no mapa, está indicada com as linhas de alvo. O brilho da Polaríssima é ligeiramente
mais fraco do que a de chi Octantis, possuindo uma diferença de apenas 0,3
magnitudes. Mesmo assim, pelo binóculo é possível discernir esta diferença.
Para não confundir a Polaríssima com Chi Octantis é simples: a Polaríssima tem
uma "companheira" de magnitude 6,5 localizada a 30 minutos de arco.
Alexandre Amorim (NEOA-JBS)
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